quinta-feira, setembro 27, 2007


Oh morte que tanto te desejei

Desde a tenra idade que te conheço

Quis que derramasses sobre mim a tua lei

Tenho agora consciência do que te peço


Que destino é este o meu?

Que vida a minha, senão sofrimento?

Esse que me levou a desejar ser teu

Acabar de vez com este meu tormento


E agora? Que até levas as recordações

E deixas-me, despido, vazio, nu

sem sentimentos, sem paixões

Quem é o culpado senão tu?


Vem, vem de encontro a mim

Enfrenta esta raiva que me move

Vem que mostro-te o que é o fim


Vem, se tens coragem de me enfrentar

Vem, vem ver como dor chove

Pois um dia para ti também ela vai chegar...

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domingo, setembro 23, 2007



Escrevo-te cartas que nunca irás receber,
Palavras que ficarão docemente caladas
Dizeres que ficarão por dizer,
Sentimentos em frases e linhas amadas.

Cartas sem envelope, selo ou endereço,
Palavras escritas num rasgo de loucura,
Dizeres que na tela da alma teço,
Sentimentos de amor, carinho, ternura.

Escrevo pelo simples escrever
De quem está vivo e vivo quer permanecer
Palavras que te quero dar a conhecer
Talvez um dia, no dia em que morrer...

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sábado, setembro 22, 2007

Fado... Sentimento português...

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sexta-feira, setembro 21, 2007




Poder voltar atrás no tempo,
Evitar detalhes, qualquer tormento,
Apagar gestos, lugares, sentidos,
Calar palavras ou desejos tidos.

Correr em vez de andar,
Perder em vez de ganhar,
Ficar em vez de fugir
Não deixar em vez de permitir

Enfim...
Mudar, simplesmente mudar
Cortar o fio condutor do movimento
Alterar o tempo, o curso, o percurso
Fazer o que ficou preso no medo
Não dizer o que foi dito
Não agir como foi agido
Lutar em vez de estar quieto
Render-se ao chão do que se erguer em bravura

Todo esse sentimento de arrependimento não deve existir
Pois se o há, da vida que se vive quer-se fugir

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Passo a passo, ao sabor do terno compasso,
Andamos de pés fixos, seguros, parados,
Hirtos, como gárgulas num qualquer terraço
Deixam-se os desejos mais amados

Ideias e pensamentos deixam-se espelhados,
Na alma de quem um dia sonhou.
Caminham sem passos, nunca cansados
Daquele sorriso que um dia esboçou...

Caminhantes perdidos, de caminhar resignado
Caminhantes que caminham de caminhar separado
Caminhantes triste com alegria no rosto
Caminhantes de caminho do nascer ao sol posto.

Por caminhos que não se encontra traçados
Por encruzilhadas, desvios, trilhos abraçados
Por vontade alheia perdidos e encontrados,
Até que um dia se encontrem os apaixonados...

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segunda-feira, setembro 17, 2007




Pelo desejo que vi cumprido,
Num coração agora ferido
Por um sonho transformado,
Um destino, um fado amargurado.

A loucura que de nós se apoderou,
O rasgar da alma forçou.
E no desejado beijo proibido
Restou o inferno perdido.

Caminharam os amantes de mãos dadas,
Tendo só as emoções suas aliadas.
E o quebrar da utopia que renasceu,
Das cinzas que a fénix um dia perdeu.

Chegado o momento, o adeus temido
Do sentimento destemido,
Que se perdeu na alegada razão,
Quer-se finda a desmedida paixão.

Eis que em sangue vejo as minhas lágrimas,
Que do diário da vida arranco as páginas,
E na raiva e ódio encontro recanto,
Onde esconder o meu triste pranto.

Talvez o dia que se queria chegado, perdeu-se no sonho mais amado...

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sábado, setembro 01, 2007


Pelo beijo que ficou por dar...


Pelo Desejo que se susteve na razão,
Pelo cheiro do teu corpo que guardo no meu ser,
Pelo loucura que não se rendeu ao coração,
Pelos sentidos que se viram envoltos de tamanho poder.

Pelo teu calor que me persegue em gestos ternos,
Pelos Sentimentos que se consomem em bom perder
Pelas viagens aos mais densos infernos,
Onde o possuir significa viver.

Por tudo aquilo que ficou dito,
Por tudo aquilo que ficou por dizer
Pelo minuto que se tornou infinito,
Pelo saber, de não querer perder...

Eis que se passou o teste teimoso,
Eis que a encruzilhada foi desvendada
E no caminho não visto como tenebroso,
Os amantes caminharam de mão dada...

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