sexta-feira, setembro 24, 2010






Oh dor que me assola,

Oh rasgo de mim

que a alma me amola

no inicio e no fim



Oh vontade de estar longe

Partir e não mais voltar

Ser anacoreta ou monge

viver por viver, remar por remar



Oh dia que voltas a nascer

Rio que correr até ao mar

Que corre, sem se perder

Que fica sem poder estar



Oh vontade alheia ao mundo

Coração forte e teimoso

Que não se deixa ficar no fundo

Sorriso lindo, olhar formoso



Um olhar de cada vez

Uma parte de outra

Um gesto que não fez

Uma metade noutra


Simão

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terça-feira, setembro 21, 2010


Ás vezes sinto-me...
Sinto que não estás já cá,
Sinto a cova dura ferida pela pá,
O terror do dia em que me deixo morrer,
O sofrimento que causa o teu perder.
Às vezes perco-me...
Desprezo-me no passar dos dias,
Cruzo ledas com historias frias,
Vozes que finjo não ouvir,
Dores que teimo em sentir
Às vezes…
Às vezes sou eu,
Eu e o terno sonho meu
Eu quanto recordo o teu sabor
Eu amado pelo teu amor
Outras vezes não…
Não distigo a luz do breu
Quando não sinto o olhar teu
O correr do sangue nas veias
Abraçando-me em doces teias.
Talvez uma vez…
Sim… talvez… se essa vez um dia chegar…
Aqui ou lá, na terra ou imenso mar,
Mais um rosto diferente a decorar
E nele o sentido do verbo amar.

Simão