terça-feira, agosto 21, 2007




Sempre vejo dos mais ternos aos ásperos seres perguntarem-se a si próprios e aos outros o celebre ditame de: “Para onde vamos depois de morrer?”.

Pois que agora que penso no assunto vos digo... que em verdade não faço a minima ideia... provavelmente para o cemitério mais próximo, se tivermos sorte...

Etiquetas: ,

terça-feira, agosto 14, 2007


Quantas são as profundezas
Que se pode encontrar no ser humano,
E quantas delas são as suas máscaras
E quantas são os seus disfarces,
Quanto disso é um escudo
Quanto disso é a carne viva,
Quanta é dor que dói,
Quanto é do sentido aço.

O enfrentar de cada máscara
O Desafiar de cada esconderijo
Aponto-te o meu abrigo
O meu mundo o meu perigo
Confirma a realidade
Cataloga as mentiras
Traduz a mente
Articula as relações
No preto e branco
A solução do enigma

Expõe os teus medos
Desmantela as certezas
Refaz as minhas dúvidas
Realça o evasivo
Em cada máscara
Em cada esconderijo
Explica o seu reflexo
Em cada cor do sentir
Até ao fim do abismo
Como o frio na espinha
Distingue as entrelinhas
Delineia as nuances
E nelas percebe as portas
Inventa as suas chaves
Equacione os seus tesouros
E revela a solução
Pulsando na vivência
Esquecida num quarto
Inocente como uma criança
Triste, suja e cansada
Sem que haja abrigo
Nos braços da solidão
Onde só sobrevive a esperança
Mistura de ao pó e lágrimas
Esperando uma voz que fale
Pela boca de outrem...

Etiquetas: , , ,

sexta-feira, agosto 10, 2007


Estava sentado, mas sentia-se a flutuar. Aquelas palavras gritantes perfuravam o ar como que punhais que atingiam o seu ser.

Uma verdade escondida e ignorada era exposta sem dó nem piedade... revelando factos que tiveram lugar num dia, numa hora, num minuto e ignorados por tantas mentes e sentidos dos que vagueiam por estradas fora perdidos no quotidiano mortal que nos rodeia.

A cor pálida tomou-lhe o rosto, o sangue fervia enjoado, revoltado, incrédulo perante tamanhas barbaridades, e sabia porque estava ali, o que tinha de fazer, as palavras que usaria, as fugas...

Olhava em redor e nada via... sentia a presença, naquela sala que encolhia a cada palavra proferida, de gentes que faziam o seu trabalho, de gentes que impávidos presenciavam aquele momento como se de um ritual banal se tratasse...

Sentia-se pequeno, inútil até, não perante a papel que ali desempenhava, mas perante a inutilidade de quem ignora a vida perversa que se esconde a cada canto de tantos seres.

Sentia-se perdido... vazio... e foi invadido por uma vontade louca de fugir dali, de poder respirar, sentir o vento bater-lhe no rosto.

Alguém falou para si, lembra-se de anuir levemente com o rosto, só queria poder sair dali e qualquer desculpa era legitima.

Saiu, conseguiu finalmente respirar. Passou água pelo rosto para inutilmente aliviar a angustia que o enforcava. Olhou-se no espelho, viu os seus olhos que mudavam de cor tentando esconder a emoção.

Caiu em si, respirou fundo, e pensou: "é o meu trabalho, é aquilo que faço e que se espera de mim... não sou eu..."

Etiquetas: , , ,

domingo, agosto 05, 2007


Sim, hoje escrevo directamente sobre ti, para ti, ou talvez me esteja a enganar e esteja a escrever sobre mim, para mim, ou no fundo no fundo esteja a escrever sobre nós, para nós...

E agora que deixo correr o "nós" encontro-me naquele patamar desmedido em que me assombra a pergunta... "que nós?"...

Quem somos? Para onde vamos? De onde viemos? Porque aqui estamos?

Quanto a ti não sei, nunca te compreendi e hoje em dia compreendo-te menos, por mais que alguém faça parte da nossa vida, acabamos por não os compreender completamente, há sempre qualquer coisa que por mais que te esforces nos passa ao lado, nos escorre por entre os dedos, nos sopra levemente ao ouvido num dialecto incompreensível.

E eis que chegamos aquele lugar, onde o inicio é o termo, o principio é o fim, o branco é preto, o alegre é triste, e tudo se perde e se confundo num misturar de sentimentos que se perdem e se ganham num turbilhão de emoções que nos correm nas veias e se confundem, misturam, baralham, se escondem e se encontram, por vezes simultaneamente, raras, e em regra tarde de mais...

Talvez seja o que estava destinado... olha para mim a falar de destino... logo eu que por mais sonhador nunca me deixei arrastar pela ideia de que nada posso fazer para traçar o meu rumo.

Pois bem, o que se passou passou... e o que virá, virá...

Ou talvez não...

Há coisas que nunca mudam não é verdade?...

Etiquetas: , , , ,

quinta-feira, agosto 02, 2007


Se sei quem sou?
Para quê? Se mais importante é agradar os restantes?...
Se vivemos fechados no nosso mundo e só damos importância ao que os outros vemos?
Se damos mais valor às vitorias alheias que a próprias...
Se respiramos a hipocrisia alheia em vez de respeitamos os nossos princípios...

"Conheça-se a si mesmo! Ame-se e depois olhe para o mundo que o envolve..."

Etiquetas: , ,